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Como se desse pra dormir aqui. Do meu lado está uma parede branca e sem graça; acima um teto de madeira Meus brinquedos me ajudam a dormir quando estou em casa, mas eu não estou em casa. É bem escuro por aqui e, por estar tão longe do que costuma me proteger, estou com medo. Não é muito, mas é medo. Um sótão arrumadinho… Devia ter se passado alguma história aqui… É agora que eu começo a imaginar. Dessa vez eu esqueci meu caderno e meus lápis de cor; tenho um antidoto, um livro sem figuras e - acredite - sem história, e minha imaginação. Não é por nada, mas o antidoto é a única coisa que está funcionando nos conformes. Como eu disse, eu comecei a imaginar coisas absurdas, como reis nos tempos antigos, insetos que se tornam seres mágicos e até um possível dinossauro congelado no ártico. Estou me divertindo, mesmo sozinho. Mesmo sem brinquedos, o sótão se tornou meu lugar especial. As ferramentas jogadas no chão ajudaram na construção do meu castelo com torres, ponte, fonte, fortes e até jacareís. Ninguém mais pode entrar, porque ninguém é capaz de ver. E, se vissem, não acreditariam. Mesmo gostando tanto do sonhar, estou de olhos abertos. Ainda. Tem espinhos na minha cama e um monstro debaixo da minha cama! Tic-tac, nada adianta. Os barulhos que nunca ouvi, mas que sempre estiveram aqui. Que saudade das historias e do tempo que esses brinquedos ainda eram divertidos. Era bem mais fácil acreditar. E como eu digo, se é real, não me interessa.



O que de tão claro eu encontrei na sua voz tão calma quanto uma noite escura e de chuva?
A minha música que fiz no silêncio, no seu silêncio que me fez cançar.
cantei, dancei, cantei até cansar.
Meu maior prazer: te fazer brincar em minhas ondas. Nesse mar tão de mudanças que te prende e nunca mais sairá, então… Então, nada hei de te esconder. Veja que quanto mais fundo mergulhar, mais difícil será de chegada à superfície.
Pergunta: quer voltar à superfície? Não prefere viver bem desse jeito, tão sem ar?

-Pra que ar se temos amor?
O amor que nos embala pra cantar, deitar, dormir e sonhar.
No meu sonho faz silêncio.
Esse silêncio eu quero apenas a sua voz escutar.



Eu não tenho mais medo do escuro, do sombrio que me tornei.
Ainda falta muito tempo até eu morrer, então utilizarei meu tempo pra polir meu ego.
Ego polido no escuro, pelas mãos que não enxergam. Parece meio exagerado mas é um pouco necessário.
Ou, talvez, eu só queira ouvir o meu coração. Aquelas batidas sem melodia.
“Que os bons ventos te levem minha poeira.”
Todas aquelas folhas secas, as fotografiase até as coisas que eu mesma odeio. Pra alimentar a raiva, que precisa sobreviver ao verão.
“Que os bons ventos carreguem minha alma.”
Que pode passar por você para que aprender. Mostrar aos fantasmas a minha inocência, meu susto, e toda a dúvida será tirada.
Minha pouca alma…
Rasgue toda a minha inteligencia, mas tire seus dedos empoeirados de minhas preces. Elas ão o que há de mais sagrado em segredo em mim e, delas, você jamais ouvirá falar.
O que todos vão dizer ao me ver tão egoísta por causa do escuro?
Estou falando de pessoas com o poder de fazer o mundo girar mais depressa, por causa da força do pensamento. Elas sim, fazem a diferença.
Eu sou caotico?, mas só por falta de adjetivo.
O que todos vão dizer ao me ver cansado ?
O chão fica cada vez mais perto de não existir e eu ainda sei que nunca tive asas.
Meu corpo precisa de alguém que possa ouví-lo. Eu estou com as luzes. Pare e olhe antes de e atravessar.
Me deixa usar suas mãos pra responder a pergunta que está na ponta de sua lingua.
Abro os olhos e tudo volta ao normal. Já cosigo andar de novo.
Passou tão rápido , o amanhaçer chegou.
E é assim que as coisas,a vida, têm que s(t)er

9/4


Sim, a garota que eu descrevi, ela é tão real como o vento,
É verdade que eu vi hoje,
Os outros detalhes são invenções
Porque eu prefiro que ela desta forma. "